PARTE II - Diário de uma sogra anunciada

Day two:

foi o descalabro!
Ontem foi demais! Deu-me cá uma volta que nem imaginam!
Epá... até nem sei como escrever! O miúdo, relembro que tem 4 anos, dorme sempre que não tem aulas e se deita às 22h, dorme até às 9 da manhã. Ontem como se deitou à 1h da manhã, por causa da feira, era de esperar que acordasse tipo 11 da manhã ou meio-dia. O V. teve de sair de casa às 7.20 da manhã para nos deixar o carro- isto de ser da classe média tem estas coisas, carro é à vez e era a minha vez :D. Quando saiu acordou-me para eu ficar de pé e lá foi... 10 min depois de estar na sala a trabalhar vou ao quarto buscar os óculos... e o que eu vejo? (pouco passava das 7 da manhã) sua excelência estava a despertar o A. ! estava a acordá-lo! tipo "Vá vamos lá! levantar! vamos tomar o PA com a a avó!". GRRRRRRRRRR !!!! ERAM 7.30!!!!!

Respirei fundo... tal como vários me aconselharam aqui no blog.... bati à porta... e com o meu maior sorriso- cinico, claro!- soltei um "Bom dia!", e muito rapidamente acrescentei "Oh fofinho, ainda é muito cedo, dorme mais um bocadito" Xiiiiiii! o que eu fui fazer.... ai minha Mãe! Foi o fim da macacada! "Ele é que se quer levantar." o miúdo estava mais para lá do que para cá. "Ele disse que queria ir tomar o pequeno-almoço", quando eu ouvi bem a conversa antes de entrar no quarto. "Não é meu menino? Ontem não disse que queria ir tomar o pequeno-almoço com a Vóvó?", Ermmm, isso foi ONTEM! não foi hoje às 7.30 da manhã, e de certeza que ele não sabia que a Avó se ia levantar tão cedo.

Pedi-lhe que o deixasse dormir, ele estava exausto, e sai do quarto, contando que o bom senso e o Amor de avó a fizessem sair do quarto e deixar a criança dormir.
Ehehehehe, alguém acredita que aquela Avó tanto insistiu com o neto que se levantasse que ele ainda não eram 8 horas e já estava na sala? a morrer de sono no sofá, claro está, mas levantado como a avó queria.

Depois fomos às compras... a um hiper normal. Primeiro quis escolher o hiper onde ia-mos como se não fosse eu que fosse às compras, e como se a casa não fosse minha, depois, quando lá chegámos, encheu a P. ( de 4meses) de prendas, e esqueceu-se do A. Sua excelência só acordou quando o miúdo quase lavado em lágrimas lhe disse "Tu não gostas de mim! Só dás prendas à P., parece que eu não estou aqui!", lá lhe comprou uns cubitos do Ruca. Ah! Quase me esquecia! Deviam ver a cara dela quando eu comprei chouriços para assar "ai isso faz tão mal! não sei como conseguem comer isso! Ainda bem que o V. não gosta disso." resposta logo, mesmo à sacana "Olhe que ele come sempre mais do que eu quando os assamos, quanto a fazer mal... não precisa de comer, posso fazer-lhe uns ovos!"- Lavou-me a alma. ahahahahah

Depois de almoçar obriguei o miúdo a fazer uma sesta, apesar do comentário dela "ele está bem, não precisa de dormir, pois não meu lindo?" "Ai vai dormir vai, nem que seja aqui comigo no sofá", Lá dormiu 2 horitas.

À tarde fomos à feira, para além dos habituais "Não faças isso" "Não mexas" Não ponhas" "Ai isso não que é horroroso" "Coitadinha da P. tão pequenina e aqui"... não houve nada a assinalar.

De noite... Ai santo serão... Foi sua excelência acompanhada de seu filho V. e seu neto A. ver um espetáculo da feira e eu arranjei uma boa desculpa para ficar em casa "Vão vocês... eu fico em casa com a P. coitadinha tão pequenina.... não pode andar na rua tão tarde, é cansativo para a menina" ahahahahah a caça virou caçador! lol
Segundo consta o V. teve de gritar com sua excelência para deixar o A. brincar à vontade e gritar para os cavaleiros que combatiam lá no espetáculo. Segundo consta o A. quis ver uma barraquinha que tinha miniaturas e ela achou que a barraca era horrorosa e puxou-o, Segundo consta o V. queria ir até ao castelo e ela não quis porque o A. era muito pequenino para subir aquilo tudo. Apesar disto tudo o A. não era muito pequenino para estar acordado às 7.30 depois de se deitar à 1 da manhã, nem para fazer de "dama de companhia" a uma avó que não tem objectivos na vida senão alienar a vida das pessoas que lhe são mais próximas.

Interrogo-me o que ela fará da vida quando o filho mais velho, que receio que já esteja alienado da vida real, decidir ir viver a vida dele e deixar a casa da mamã. Ainda bem que a senhora está na capital e nós estamos cá em cima!