Lembro-me de ser miuda e haver lá em casa uma escultura de madeira... pau preto acho eu, que a minha mae tinha, de recordação do meu avô, acho eu. Lembro-me da paranoia que ela tinha com aquela "coisa", ninguem lhe podia mexer... ninguem se podia aproximar da escultura, nem sequer limpar o pó! ela tratava da "preta" ....como a gente lhe chamava (por a estatueta ser preta e representar uma nativa africana). Os anos passaram os filhos cresceram e não sei como a estatueta da "preta" passou incólume pelos filhos todos, apesar de nós brincarmos com ela às escondidas, quando a minha mãe não estava a ver. A "preta" resistiu a anos de opressão de várias crianças.
No outro dia reparei... a "preta" tava partida! tinha parte do cabelo colado com uma cola manhosa... a "preta" finalmente tinha cedido!
Eu- Mãe, que aconteceu à preta?
Mãe- Opá olha tava a limpar o pó às minhas caixinhas dei-lhe um safanão... caiu no chão e partiu
Eu- opa! que cena
Mãe- olha paciência...
Dei comigo a analizar aquela conversa... quando temos um obejcto muito querido não queremos que ninguém o estrague... mesmo sendo só um objecto, é uma sensação de segurança ter ali aquilo... Quando alguém o estraga.. o melhor é fugir! Nem quero imaginar se tivesse sido um dos filhos a partir a "preta", acho que não sobrevivia para contar a história, mas como foi ela... apenas um "paciência".
Assim estão os meus planos a médio prazo... sempre interrompidos e catapultados para 6 meses depois por tu não conseguires controlar a tua própria vida! Se fosse por minha culpa "paciencia" mas sempre por ti... fico exausta
Sou Lígia, como as flores das margens do mediterrâneo, e Miguel por nada de especial, só porque sim.
terça-feira, março 13, 2007
a "preta"
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3 comentários:
Qual "paciência" qual carapuça...eu ando impaciente, impossível e a ficar inculta...
Será que ainda pode piorar? Claro que sim, para descer há sempre espaço.
Beijocas
elá! isso é queé optimismo uh? tas a precisar de um par de estalos é?
mas é mesmo verdade isso que dizes... uma vez, uma prima minha partiu uma tampinha duma caixa de porcelana que eu adorava, e eu quase que a esganei. Passado um tempinho eu parti a caiza toda, quase de propósito...
bjnho
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