Sou Lígia, como as flores das margens do mediterrâneo, e Miguel por nada de especial, só porque sim.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Não há condiçoes!

Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.

Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.

Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.

Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.

E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela ! [....]

Nicolau Santos, in "Expresso online" [...]

8 comentários:

Anónimo disse...

um país deprimente

ursitazul

vinte e dois disse...

Cara amiga Lígia, o mundo é dos espertos. Quem sabe contornar as leis safa-se na maioria dos casos ;)

LoiS disse...

No entanto não deixa de ser espreteza saloia de um que se quer salvar com falta de respeito por tudo e por todos. O EU ACIMA DE TUDO E DE TODOS. É essa a lógica dos que fogem aos impostos contornando e driblando as leis ( criando fundações, sendo beneméritos por interesses mesquinhos próprios e não de solidareidade etc. )

Quando finalmente acreditarmos que o salve-se quem puder não é solução, talvez respeitemos mais o próximo e tudo !

Detesto e detestarei para todo o sempre os chicos espertos, são eles que contribuem para o nosso provincianismo a cada vez maior distanciamento dos povos mais evoluídos.

Bjs querida, interessante post !

Lígia disse...

sabes como é... este portugalinho tá cheio de chicos espertos! é esse o sentido do post.Beijocas

Anónimo disse...

Do melhor LOL

just me disse...

Iuhu???!!!! Atão??? Por onde andas???? Está tudo bem?

Lígia disse...

Tá tudo bem sim, só excesso de trabalho aliado a uma fase da vida pessoal meia marada. Como a minha mae diz só há uma coisa que nao teem remedio, e ssa quando chega é mesmo definitiva, vai tudo resolver-se

Anónimo disse...

não me parece nada xico-espertice!

quem trabalha com o IPPAR sabe bem que nunca sabe com o que contar de lá. o IPPAR não se rege por leis, mas sim pelo bom senso (ou não) de quem aprecia os projectos.. ora, visto que só arquitectos de profissão podem projectar em zonas históricas ou imóveis classificados, não me parece sequer que os mesmos devessem ter de esperar por uma aprovação de pessoas que trabalham para o estado e nunca fizeram um projecto na vida!

o arquitecto tem termo de responsabilidade, e isso é suficiente para conferir que tem habilitação legal para interferir no espaço público! se assim não fosse, para que serviriam os arquitectos??

já viram alguém a não aprovar um parecer dum médico?

com os melhores cumprimentos